"TODOS OS QUE COMETEM VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS NAS SUAS MAIS VARIADAS FORMAS:
- MAUS TRATOS; ABUSOS SEXUAIS; ALIENAÇÃO PARENTAL... SÃO CRIMINOSOS."

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Ísis, A Deusa Universal





A história do culto a Ísis é longa e complexa: Uma visão geral fornecerá uma indicação do seu alcance até aos últimos séculos.

Antiga e amada, Ísis nutriu sua terra natal – o Egipto – como Deusa do Trono, do Amor e da Magia, A Grande Feiticeira que Cura. Sempre presente, seu culto sob o nome de Ísis é documentado nos textos das Pirâmides da Quarta Dinastia (por volta de 2600 a.C.) e provavelmente remonta a um tempo anterior às dinastias. Venerada sozinha, com Seu marido Osíris ou com outros supostos consortes, os ritos de Ísis foram mantidos por todo o Egipto, desde pequenos santuários em casas de fazenda até aos templos com sacerdotes e sacerdotisas.


Quando os navegadores egípcios cruzaram o Mediterrâneo, e estrangeiros chegaram ao Egipto, o culto à Deusa se expandiu pelo mundo ocidental. Por ser uma deusa de natureza complexa e complicada, muitos paradoxos – alguns os chamariam de mistérios – surgiram dentro de sua fé. Por um lado, seu clero era admirado pela sabedoria e pureza; por outro, alguns adoradores de Ísis a recebiam como uma deusa do amor erótico e romântico.

Seus seguidores no passado foram imperadores e pessoas comuns, mulheres livres e escravas, mercadores e navegantes. No passado, como agora, todas as raças eram admitidas em seus templos e na hierarquia de sacerdotes e sacerdotisas. Jamais recusando qualquer pessoa, Ísis foi reverenciada desde as eras clássicas como a deusa que está acima do destino, aquela que pode reescrever o que está previsto pelos astros.




Artistas e artesãos a invocavam como a musa definitiva, e os antigos cientistas sentiram sua presença entre os alambiques e cadinhos. Textos de alquimia foram escritos em seu nome.

Junto com Serápis, um aspecto dinâmico de seu marido morto e ressuscitado – Osíris -, Ísis presidia sobre a magnífica Biblioteca de Alexandria e sua Escola de Medicina, que estabeleceu os padrões para a educação dos antigos médicos. Ao mesmo tempo, muitos dos seus seguidores foram curados de doenças apenas passando uma noite no templo, na esperança de receber um sonho de cura ou uma visão da Deusa.

Conforme as legiões romanas viajavam pelo mundo, também o fez o culto a Ísis. Ela foi venerada na antiga Londres e em muitos lugares de França e na Alemanha. Através do Oriente Médio e nas ilhas do Mar Egeu, é comum encontrar seus templos, embora a maioria esteja, atualmente, reduzida a ruínas.

Quando os templos de outros deuses e deusas foram incendiados e destruídos durante o turbulento nascimento de uma outra fé, os sacerdotes e sacerdotisas pagãos se refugiaram nos santuários de Ísis, e permitiu-se que eles venerassem suas divindades caídas, dentro do santuário da Deusa, algumas vezes em conjunto com hereges cristãos que procuravam refúgio semelhante.
O templo de Ísis foi o último templo pagão a receber devotos na ilha sagrada de Philae, no alto Egipto. Mas por volta do ano 595, séculos depois do banimento oficial da fé pagã pelo imperador romano Theodosio, em 392, esse último santuário foi fechado e seus sacerdotes destruídos ou dispersados.

Ísis, então, tornou-se Ísis Amenti, a Deusa Escondida, e seu culto foi disfarçado. Muitos de seus títulos foram atribuídos à Virgem Maria, cuja popularidade crescia muito, e estátuas de Ísis amamentando o filho Hórus receberam outro nome e foram colocadas em igrejas – muitas das quais construídas sobre as ruínas dos antigos templos.
Mesmo depois da queda de Philae, o culto a Ísis persistiu. Por volta do ano 756, em França, um clérigo cristão lamentou o facto de que ainda haviam pessoas que subiam ao monte Anzino para adorar Ísis e outras divindades. Uma parte de seus ritos pode ter persistido até o século X, em Harran, na Arábia, e também pode ter sido praticada no oeste da China, durante a dinastia T´ang. Um manuscrito medieval preserva o nome de Ísis, mencionando-o como “Ysis, Senhora das Ervas”, mostrando que as consumadas habilidades de cura de Ísis não haviam sido esquecidas após o início da Idade das Trevas.
Em tempos mais modernos, Ísis fez sentir sua presença nas filosofias maçonicas e teosóficas, nos ritos cerimoniais de magia, como uma Deusa de algumas tradicionais celebrações de Wicca, e como resposta às orações de uma incontável quantidade de indivíduos que se voltaram para Ela.




Ísis no Egipto



Khemi, a Terra Negra. Tamera, a Terra do Sol. Esses eram os nomes dados pelos habitantes do Egipto ao país. Em um deserto embalando uma estreita faixa de solo rico nasceu o Egipto, um milagre do sagrado rio Nilo.




Dramática e poderosa, onde cada ano era anunciado pelo nascimento da resplandecente estrela Sothis, essa terra antiga foi abençoada pelo resoluto ritmo do fluxo das águas e pela abundância que se seguiu ao seu despertar. Submetidos à benevolente tirania do rio, parece que foi fácil para os egípcios se submeterem aos deuses, também, e a um caminho religioso que permaneceu surpreendentemente imutável por quase três mil anos.

O povo egípcio, embora unido pelo Nilo, tinha diversas crenças religiosas. Diferentes deuses e deusas, embora às vezes reconhecidos como emanações de uma única fonte de poderes divinos eram adorados em lugares distintos. Os ritos geralmente seguiam os mesmos padrões, independente da divindade que presidia o templo ou santuário. Apenas algumas dessas entidades alcançaram reverência universal por todo o Egipto. Tanto Ísis quanto seu marido Osíris foram adorados por todo o país.


Ao que parece, Ísis e Osíris foram venerados separadamente antes de se tornarem um casal no panteão egípcio. São poucos os traços de Ísis ou Osíris antes da quarta dinastia. Qualquer indicação remanescente de seus cultos antes dessa época é ambígua e controversa. Em tempos remotos, o símbolo do trono de Ísis era, aparentemente, supremo e único a Ela. Ísis era a possuidora do trono, ou o próprio trono, que determinava qual faraó seria digno de sentar junto a Ela.
As origens de Osíris são ainda mais obscuras. Alguns antigos escritores acreditavam que Ísis e Osíris foram seres humanos, um rei e uma rainha do Egipto que, através de seus actos de bondade e da tragédia pessoal, foram deificados pelos seguidores. O relato dos benefícios que, acreditam, eles trouxeram ao seu povn seria razão suficiente para torná-los deuses: agricultura, literatura, medicina, o fim do canibalismo, a fundação de uma religião, a arte de tecer, de embalsamar... 
A lista inclui todos os aspectos das conquistas do ser humano.





Embora a história de Ísis e Osíris seja muito conhecida pelos estudantes de egiptologia e mitologia actuais, os próprios egípcios não lhe deram muita ênfase. A única versão ainda existente e quase completa da história é aquela que foi compilada pelo escritor grego Plutarco e apresentada a uma sacerdotisa de Ísis e Osíris, Klea. Há, também, muitas variações em fragmentos de escritos egípcios.
Deixando de lado as profundas associações religiosas e mitológicas, a história básica de Ísis e Osíris revela um casal real benevolente que foi além da origem da civilização. Enquanto Osíris viaja pelo mundo levando a cultura egípcia às nações adjacentes, Ísis reina sozinha.
Contudo, o sucesso do casal, e o amor que nutrem um pelo outro, incita o ciúme em Seth, irmão deles, que consegue assassinar Osíris e planeia forçar Ísis a lhe conferir direito ao trono (conferido àquele que Ela tomar por esposo).
      Ísis descobre que está grávida de Osíris e, com a ajuda do seu conselheiro Thoth, foge para as terras pantanosas  (Al-Bercas)  para dar à luz e criar seu filho sozinha. Usando o conhecimento que obteve nos anos em que governou,




                                                                                                                                                               




Ela instrui Hórus nas artes da política e da guerra, de modo que ele possa vingar a morte do pai  e reclamar seu direito ao trono.









Mesmo enfrentando muitos conflitos que se complicaram por causa da traição de Set e suas manobras astutas, Hórus triunfa repetidas vezes com Ísis lutando a seu lado e negociando em seu nome. Finalmente, a questão sobre a sucessão é resolvida a seu favor, e Hórus torna-se faraó, devolvendo a harmonia e a ordem ao país. Agora, é a vez de Ísis viajar para além das fronteiras do Egipto.





Há tantos caminhos para Ísis quanto há pessoas a Ela devotadas. O caminho será diferente para cada um, já que Ísis tem interesse activo e pessoal por todos os aspectos da existência de seus seguidores.


A Lágrima Caiu

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Deixa-me Sentir (Não querendo de forma alguma ser uma "coisa" do teu passado)


Pediste, eu não tinha
Mesmo assim eu dei
Só quiseste ouvir
Aquilo que eu não te falei
Não pensei, perdi
Mesmo assim não larguei
Agora estou sem ti mas
na verdade ainda não sei


Refrão

Deixa-me sentir
Deixa-me acordar os anos que anestesiei
Não quero mais fugir
Da realidade que por ti eu afastei


Tomaste-me o sol
Levas-te-me o tempo
Com bem comprei mal
Pedi o teu tempo
O amor que selamos, com lacre de prata
Mais um Dom Quixote, que por ti se mata
Agora é que eu vejo quem contigo pára
Trocou o desejo
pela tua lei da bala
Cegaste-lhe a esperança
e sugas seu corpo
O que nasceu cego, vais tu pondo torto

Refrão 2x

Pediste, eu não tinha
Mesmo assim eu dei
Só quiseste ouvir
Aquilo que eu não te falei
Não pensei, perdi
Mesmo assim não larguei
Agora estou sem ti mas
na verdade ainda não sei

2xx

Deixa-me sentir
Deixa-me acordar os anos que anestesiei
Não quero mais fugir
Da realidade que por ti eu afastei

Deixa-me sentir...




                                                     

domingo, 16 de setembro de 2012

Podes sempre tentar mudar de vida

Não jogues mais com a vida. Estás no tempo de parar. 
Brincares com os sentimentos dos outros é extremamente perigoso. 
Não te comportes mais como uma idiota. Sofres e fazes sofrer. 
Ah! É verdade, ainda mantens as tuas 'conselheiras matrimoniais'?
No que dá o excesso de 'mimos'. Quando cresceres tocarás as estrelas, até lá...


                                            

domingo, 9 de setembro de 2012

Se por acaso morrer durante o sono
não quero que te preocupes inutilmente.
Será apenas uma noite sucedendo-se
a outra noite interminavelmente.

                        Se a doença me tolher na cama
                        e a morte aí me for buscar,
                        beija Amor, com a força de quem ama,
                        estes olhos cansados, no último instante.                                  

                                                    Se, pela triste monotonia do entardecer,
                                                    me encontrarem estendido e morto,
                                                    quero que me venhas ver
                                                    e tocar o frio sangue do corpo.

                                                                      Se, pelo contrário, morrer na guerra
                                                                      e ficar perdido no gelo de qualquer Coreia,
                                                                      quero que saibas, Amor, quero que saibas,
                                                                       pelo cérebro rebentado, pela seca veia,

                                                                                               pela pólvora e pelas balas entranhadas
                                                                                               na dura carne gelada,
                                                                                               que morri sim, que me não me repito,
                                                                                               mas que ecoo inteiro na força do meu grito.

                                              Rui Knopfli



                 

sábado, 11 de agosto de 2012

...sim querido, vou contar-te outra vez.

...ai que saudades filho lindo, tantas histórias que o papá tinha para te contar, mesmo tão longe vou coleccionando as histórias que sei, um dia te as narrarei. Mas o mais importante serão as histórias que tu tens para me contar. Alguém não quer que a gente fale não sei porquê, sabes filhote, o Mundo é muito estranho mas mais estranhos são os seres humanos, mesmo aqueles de quem só esperamos o bem. Te amo meu querido e acredita vamos ter muito tempo para nos escutar-mos, palavra de escuteiro.


             

terça-feira, 31 de julho de 2012

LUZES DA RIBALTA

Vidas que se acabam a sorrir
Luzes que se apagam, nada mais
É sonhar em vão tentar aos outros iludir
Se o que se foi pra nós
Não voltará jamais
Para que chorar o que passou
Lamentar perdidas ilusões
Se o ideal que sempre nos acalentou
Renascerá em outros corações

          

domingo, 29 de julho de 2012

ESPERANÇA

Se quiseres partir amanhã
eu páro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos
o mais profundo fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas
que há razão


de verdades consumadas me consomem
de falácias bem montadas me alimentam
mas meu filho, mora o reino do futuro
que é mais duro
e não vai ser com palavras
que o contentam


Se a morte lenta te rebenta sob a pele
a cada dia
e se no teu braço apenas sentes é a força
de um cansaço organizado
mas manténs na tua fronte a dúvida
e o gosto pelo longe e a maresia
e se sentes no teu peito de criança
a alma de um sonho amordaçado


se quiseres partir amanhã
eu páro o mundo
com facilidade assim
com esta mão
e então descobriremos o mais profundo
fundo que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas que há razão


Iste mundus furibundus falsa prestat gaudia,
quia fluunt et decurrunt ceu campi lilia.
Laus mundana, vita vana vera tollit premia,
nam impellit et submergit animas in tartara.

[Este mundo furibundo nos dá falsas alegrias,
que fluem e se dissipam como pelos campos os lírios.
Louvores mundanos, vida vã afastam-nos dos veros prémios,
para impelir e submergir nossas almas no tártaro.]
 

            

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Nunca Desistirei de Ti, Filhote, NUNCA!!!

Apenas permaneço em silêncio na esperança de que as mentes perturbadas tenham a noção do que te estão fazendo. 
Te AMO meu querido, muito.



            

domingo, 15 de julho de 2012

Joga Todo o Teu Ser na Breve Ideia

Joga todo o teu ser na breve ideia
que incerta entre o corrente te procura
... pra lá do que banal te prende e enleia
e pelo destacá-la emerge pura.

Fazê-lo é dar-lhe já o que perdura.
Porque a banalidade que a medeia
como à pedra vulgar por entre a areia
esquece o que em tomá-la a rareia.

Ser homem é escolher o que o oriente
e ser-lhe o mais a margem que lhe mente.

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'



                                                     Pintura de Steve Hanks

Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima correctamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...

 Clarice Lispector


sábado, 14 de julho de 2012

Quem escreverá a história do que poderia ter sido o irreparável do meu passado....


Na noite terrível, substância natural de todas as noites,
Na noite de insónia, substância natural de todas as minhas noites, Relembro, velando em modorra incómoda,
Relembro o que fiz e o que podia ter feito na vida.
Relembro, e uma angústia
Espalha-se por mim todo como um frio do corpo ou um medo.
O irreparável do meu passado — esse é que é o cadáver!
Todos os outros cadáveres pode ser que sejam ilusão.
Todos os mortos pode ser que sejam vivos noutra parte.
Todos os meus próprios momentos passados pode ser que existam algures,
Na ilusão do espaço e do tempo,
Na falsidade do decorrer.

Mas o que eu não fui, o que eu não fiz, o que nem sequer sonhei;
O que só agora vejo que deveria ter feito,
O que só agora claramente vejo que deveria ter sido —
Isso é que é morto para além de todos os Deuses,
Isso — e foi afinal o melhor de mim — é que nem os Deuses fazem viver...

Se em certa altura
Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita;
Se em certo momento
Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim;
Se em certa conversa
Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro —
Se tudo isso tivesse sido assim,
Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro
Seria insensivelmente levado a ser outro também.

Mas não virei para o lado irreparavelmente perdido,
Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo;
Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse;
Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas,
Claras, inevitáveis, naturais,
A conversa fechada concludentemente,
A matéria toda resolvida...
Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói.

O que falhei deveras não tem esperança nenhuma
Em sistema metafísico nenhum.
Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei.
Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar?
Esses sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver.
Enterro-o no meu coração para sempre, para todo o tempo, para todos os universos.
Nesta noite em que não durmo, e o sossego me cerca
Como uma verdade de que não partilho,
E lá fora o luar, como a esperança que não tenho, é invisível p’ra mim.

Álvaro de Campos

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A necessitar de Psicanálise

Naquele dia o entusiasmo saltava-lhe no olhar, o tal curso ao abrigo das Novas Oportunidades tinha-lhe permitido conhecer a obra de Sigmund Freud. Quando expressou o nome do génio pronunciou-o como 'Freud' e corrigi, não é 'Freud' é 'Fróid'. De olhar desconfiado (como já era normal), disse:
-Mas está escrito com um 'E' e um 'U'; Sim, disse eu, mas pronuncia-se 'Fróid'. Aumentando a desconfiança em relação à minha observação e já demonstrando uma ligeira irritação questiona-me:

-Mas tu sabes quem foi Sigmund Freud?
-Sei alguma coisa e já li algo sobre o 'pai' da Psicanálise.
-Ah! Tu sabes muita coisa. Amanhã vou confirmar essa tua sabedoria.
-Mas porque estás tão irritada?
-Não, não estou irritada, estou apenas surpreendida por saberes tanto.
-Sei que nada sei, mas tenho algures aí na estante (objecto cujo ódio visceral ela aumentava em proporção ao volume de livros), um ou dois livros sobre Sigmund Freud e dois ou três do Prof. Carlos Amaral Dias, grande especialista em Freud e um grande comunicador que estimo e admiro. E mostrei-lhe os objectos de culto. Quando se apercebeu de que eu estava a falar verdade e já numa mistura de 'Irritação' 'Raiva' e 'Desespero' argumenta:
-Sabes, eu não estou irritada, o que me 'chateia' é essa tua maneira de falares comigo.
-Maneira! Como assim?
- Esse teu 'ar' de 'intelectual', essa tua 'arrogância', tens a mania que sabes tudo...

Aqui, uma vez mais, já lhe tinha virado as costas e caminhando na direcção oposta, a nossa vida não passava disto. A tristeza me consumia e um imenso vazio aos poucos me queimava por dentro. Agora que relembro estas cenas patéticas vem-me à memória aquelas viagens de automóvel cuja duração rondava a hora e meia e que quando coincidiam com alguns programas de rádio do meu agrado, quer fossem de Jazz ou de Clássica apenas me era permitido escutar uns meros dois ou três minutos, volvido esse tempo, uma voz se sobrepunha aos acordes radiofónicos e se fazia ouvir.
-Fernando, que seca. Vamos ouvir isso até casa?
Às vezes, a 'voz' surgia em duplicado quando no banco traseiro da viatura um outro passageiro partilhava a crítica. De nada serviam os meus argumentos, em democracia a maioria prevalece e lá se iam "Cinco Minutos de Jazz" ou uma 'partitura' qualquer que estava ali a mais. O que me fazia alguma confusão (ou talvez não), era, decorridas poucas horas a mesma criatura que me reduzia ao silêncio no automóvel,fazia um 'Like' no 'Livro dos Rostos' quando uma outra 'criatura' sua 'amiga' 'postava' um tema de Jazz ou de Clássica e a acompanhar o Like fazia um 'Comment':
- "Ah! Asdrubel, quando escutei esta noite Bach, toda eu estremeci (ou arrepiei, não me recordo agora) e as lágrimas caíram-me pelo rosto."
Claro que de imediato dei conta que eu necessitava urgentemente de Psicanálise. E vieram-me à mente algumas observações de Freud:

e trago à minha debilitada memória aquela velha canção do Rui:                                                          
                                                  

Nunca vi aquela Alma acercar-se da Estante 'maldita', onde habitavam os livros que fizeram aquilo que hoje sou (talvez por isso mesmo, quem sabe!) e pegar um livro e desfolhá-lo. Ou pegar num dos vários CD's de Jazz ou de Música Clássica e colocá-lo para o escutar. No entanto nos lugares da Net onde todo o mundo se mascara tornou-se especialista em ambos os géneros, opinando, criticando e elogiando temas que nunca escutou na vida. Claro que tudo isto não é natural ou à 'besta' que sou, não me é permitido entender como o Mundo rola. E assim, essa ignorância me corrói lentamente porque sei que nada sei.  
                                                                                                                                 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Carta de despedida aos amigos

"Se por um instante Deus se esquecesse que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo.
Daria valor às coisas não pelo que valem, mas pelo que significam.
Dormiria pouco, sonharia mais.
Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos 60 segundos de luz.
Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem.
Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate...
Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.
Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre gelo e esperava que nascesse o sol.
Pintaria com um sonho de Van Gogh as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que oferecia à Lua.
Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas...
Meu Deus, se eu tivesse um pouco mais de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.
Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo Amor.
Aos Homens, provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar.
A uma criança dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha.
Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.
Tantas coisas aprendi com vocês Homens...
Aprendi que todo o mundo quer viver em cima de uma montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.
 

Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela 1ª vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.
 





Aprendi que um Homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.
São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer..."

"Gabriel Garcia Marquez"

domingo, 17 de junho de 2012

... e nossos também.

Filhos são do mundo (José Saramago)




Devemos criar os filhos para o mundo. Torná-los autónomos, libertos, até de nossas ordens. A partir de certa idade, só valem conselhos.

Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto aquele bebé que um dia levamos na barriga.

E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso. O que não nos impede de sofrer quando fazem escolhas diferentes daquelas que gostaríamos ou quando eles próprios sofrem pelas escolhas que recomendamos.

Então, filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo!

Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo correctamente e do medo de perder algo tão amado.

Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!
Então, de quem são nossos filhos? Eu acredito que são de Deus, mas com respeito aos ateus digamos que são deles próprios, donos de suas vidas, porém, um tempo precisaram ser dependentes dos pais para crescerem, biológica, sociológica, psicológica e emocionalmente.

E o meu sentimento, a minha dedicação, o meu investimento? Não deveriam retornar em sorrisos, orgulho, netos e amparo na velhice?
Pensar assim é entender os filhos como nossos e eles, não se esqueçam, são do mundo!

Volto para casa ao fim do plantão,início de férias, mais tempo para os filhos, olho meus pequenos pimpolhos e penso como seria bom se não fossem apenas empréstimo! Mas é. Eles são do mundo. O problema é que meu coração já é deles. Santo anjo do Senhor...

É a mais concreta realidade. Só resta a nós, mães e pais, rezar e aproveitar todos os momentos possíveis ao lado das nossas 'crias', que mesmo sendo 'emprestadas' são a maior parte de nós !!!
"A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver "

José Saramago

Para: Vânia Pereira; J.S.V.; José Luís; Eddy Pimentel; Kevin Pimentel e Ricardo Pereira.

sábado, 16 de junho de 2012

A Casa das Cordas




Recordo-me de naquela casa., de um cordoeiro. As divisões todas chegadas à esquerda mantendo um corredor lateral sobre a direita onde o artesão estendia o sisal colorido para fazer cordas e cordões. Cabeçadas para os cavalos, cintas para burros e pequenas brincadeiras com que entretinha os mais pequenos como eu que se sentiam atraídos pela roda de madeira que era necessário impulsionar para torcer todos aqueles cordéis. A parte mais aborrecida eram as velhas cordas dos navios que eram desmanchadas até ao mais ínfimo cordel e depois cobertas com sisal novo para elaborar novos tirantes. As poucas divisões da casa eram simples ripas de pinheiro bravo que serviam de suporte aos grandes papelões que compunham as paredes. Ali nasceram e cresceram várias gerações de gente.
Lembro-me da São, cabelos negros compridos, cara redonda e olhos desconfiados. Pele muito branca, era raro sair à rua, a mãe (figura muito carregada) mantinha-a como que prisioneira. Adversária em força da "Cabeça de Andorinha", alcunha da tua mãe devido ao facto de que, quando se colocava à janela do primeiro andar na casa da Travessa da Fonte do Bom Nome, deixava aparecer só a sua cabeça de cabelo farto e comprido de um castanho muito escuro e brilhante. Estou a vê-la, sorriso rasgado e sempre com o ombro encostado à soleira do lado esquerdo da janela.
Lembro-me da Linda, também morou na casa das cordas, do Raul.
Lembro-me dos santos populares no largo Mayer. Fogueiras enormes cujas labaredas quase queimavam os fios da electricidade. Do Agostinho, o controlador Mor que não controlava nada, do Luciano, do Mánuta. Da Geta, na altura figura de mistério. Da 'Requeta' das tripas e da maluca da macaca que sofria a bem sofrer as leviandades dos Fernandos. Das partidas do Vitorino aviador e do poço onde supostamente estaria uma cobra de quase vinte metros a viver.
Nas noites frias de inverno aquecíamos as mãos e a alma no lume onde a Requeta preparava os célebres molhinhos e sistematicamente assaltávamos os sacos onde estava o milho para as galinhas e fazíamos pipocas no cimento aquecido pelas brasas.
A televisão não era muito atractiva, a preto e branco e tirando o Bonanza, o Homem Invisível e as Viagens ao Fundo do Mar, pouco mais havia para dois ou três índios que queriam mais da vida.
Verdadeiras batalhas campais com machados feitos de uns losangos de chapa da 'fábrica' dos bolos, arcos de flechas estilo Robin dos Bosques fabricados com varetas dos guarda-chuvas e uma panóplia de 'armas' muito 'sofisticadas' como mocas, vara-paus, fisgas e fundas que nunca funcionavam correctamente. Houve necessidade de constituir um grupo coeso e organizado para fazer frente ao 'tirano' do pátio Baptista, o Agostinho. Figura carismática que tinha uma dificuldade enorme em recrutar elementos para o seu grupo, de vez em quando o Dinis (Pato Marreco), alinhava com ele mas a meio das lutas passava para o nosso lado ou fugia, porque a mãe aparecia de chinelo na mão a gritar para o Dinis ir ao Ti Bernardino comprar farinha para fritar as petingas ao pai. Ah! Já me esquecia, o nosso grupo era "Os Bagatelas" e tínhamos uma sede ou fortificação repleta de artilharia não fosse o Agostinho aparecer. Estava construída nas traseiras da casa das cordas. Além de verdadeiros guerreiros éramos uns românticos, escutava-mos muito o Sargento Teixeira da Rádio Ribatejo que tinha um programa muito 'seboso' onde tentava engatar as 'sopeiras' do Eng. Cordeiro e dizia constantemente "aí estão elas, Tac-Tac Bagatelas", não sei o significado mas deve ser  semelhante ao "ripa na rapaqueca" do falecido Jorge Perestrelo. Memórias de uma infância livre, linda, genuína, pura, como tantas outras. És um dos resultados dessa infância.

Longe de imaginar que tinha de recorrer ao meu amigo de sempre, o Fernando Vitorino, para retornar à casa das cordas, agora como seu 'inquilino'. Após a fragmentação da minha vida, espalhada que ficou por tantos desencontros e desilusões, eis-me regressado aos quadros da minha infância.
Logo na entrada na parede do lado direito esta tua foto, na mesa onde me comuniquei com o mundo entre pausas e intervalos lá estavas tu, 'objecto' do meu pensar. Na estante nas minhas costas, o teu irmão, tu e algumas recordações. Na divisão do meio o quarto, por sobre a cabeceira uma foto do teu irmão abraçado ao meu neto. Mais ao fundo caixas esperando por outro tempo contendo fragmentos do que foi supostamente uma vida. A puta da minha vida. Ao contrário do que julgaste, tu e o teu filho foram fragmentos que me fizeram sentir menos só na casa das cordas. E foi necessário chegar à terra de Don Goyo* para cobarde-mente alguém me atacar da maneira mais baixa e vil que um ser humano é capaz. Dos vários ataques de que fui alvo com mais ou menos perseverança eu me defenderei mas um houve que me fez sentir um verdadeiro palhaço, o teu. Claro que isso não irá alterar o teu caminhar até porque nem todos tem alma para palhaçadas, como eu, mas não há rancor em meu peito, apenas dor tal como tive oportunidade de te recordar e se volto ao assunto nada de anormal me assiste apenas o facto de te dizer, sem amarguras, sem condicionamentos, PARABÉNS PELO TEU ANIVERSÁRIO.
 Que tenhas tudo na vida para atingires os teus objectivos e que o Universo te proteja.
MUITAS FELICIDADES.

*Don Goyo - Nome dado ao Vulcão Popocatépetl situado no Estado de México.


                  

Al mundo le sonrreimos,pero solo dios sabe la creel melancolia de la tristeza q nos envade muy en el fondo de los sentimientos.tras la sonrrisa escondemos el dolor q por dentro llevamos.La hipocresía asienta carcajadas de bufones, alimenta sedientas miradas de rencores, absurda felicidad de quien esconde palabras malditas sobresalientes de traiciones.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A Árvore dos Desejos

         Esta é uma antiga parábola indiana de imenso significado. Sua mente é a "árvore-dos-desejos" - o que você pensa, mais cedo ou mais tarde, se realiza. Às vezes o intervalo é tão grande que você se esquece completamente que, de alguma maneira, "desejou" aquilo; então não faz a ligação com a fonte. Mas se olhar profundamente, perceberá que todos os seus pensamentos, como medos/receios, estão criando você e sua vida. Eles criam seu inferno ou criam seu paraíso. Criam seu tormento ou criam sua alegria. Eles criam o negativo ou criam o positivo... Todos aqui são mágicos. E todos estão fiando e tecendo um mundo mágico ao seu redor... E aí são apanhados. A própria aranha é apanhada em sua própria teia.

"Um ser humano estava viajando e, acidentalmente, entrou no paraíso. No conceito indiano de paraíso existem árvores-dos-desejos. Você simplesmente senta debaixo delas, deseja qualquer coisa e imediatamente seu desejo é realizado - não há intervalo entre o desejo e sua realização.Estava cansado, e pegou no sono sob a árvore-dos-desejos. Quando despertou, estava com muita fome, então disse: "Estou com tanta fome, desejaria poder conseguir alguma comida de algum lugar". E imediatamente apareceu comida vinda do nada - simplesmente uma deliciosa comida flutuando no ar. Ele estava tão faminto que não prestou atenção de onde a comida viera - quando se está com fome, não se é filósofo.
Começou a comer imediatamente, a comida era tão deliciosa... Depois, a fome tendo desaparecido, olhou à sua volta. Agora estava satisfeito! Outro pensamento surgiu em sua mente: "Se ao menos pudesse conseguir algo para beber..." E como não há proibições no paraíso, imediatamente apareceu um excelente vinho. Bebendo o vinho relaxadamente na brisa fresca do paraíso, sob a sombra da árvore, começou a pensar: "O que está acontecendo? O que está havendo? Estou sonhando ou existem espíritos ao redor que estão fazendo truques comigo?"... E espíritos apareceram. E eram ferozes, horríveis, nauseantes. Ele começou a tremer e um pensamento surgiu em sua mente: "Agora vou ser assassinado, com certeza...!!" E ELE 
 FOI ASSASSINADO."
  
Ninguém o está torturando... A não ser você mesmo. E uma vez que isso seja compreendido, mudanças começam a acontecer. Então você pode dar a volta, pode mudar seu inferno em paraíso; É simplesmente uma questão de pintá-lo a partir de um ângulo diferente... A responsabilidade é toda sua. Toda nossa.